Mais de duas mil pessoas foram às ruas pedir melhorias na área da educação, ontem (22). Representantes de movimentos sociais, como o MST, além de estudantes e professores de escolas públicas se concentraram em frente à reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Canela. Eles reivindicam por mais dinheiro para a assistência estudantil, eleição direta para a escolha dos diretores de escolas e a construção de mais quatro universidades públicas no Estado. A manifestação fez parte da Jornada pela Educação, que está sendo realizada nas principais capitais do país e é liderada por diversas entidades, como a União Nacional dos estudantes (UNE), Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais sem-Terra (MST), e mais outros 20 movimentos. A Jornada foi acertada em torno de um documento com 18 recomendações para a melhoria da educação pública. Os dois primeiros falam em erradicação do analfabetismo e fim do vestibular, e dos processos excludentes de seleção para ingresso em universidades.
A Jornada pela Educação pode até não conseguir alcançar seus objetivos de imediato, por diversos motivos, e um deles é a falta de interesse (que bem conhecemos) de políticos e autoridades que, em tese, têm a responsabilidade e o dever de melhorar o ensino público e garantir uma melhor educação para a população do país. E pelo que podemos ver nos noticiários da semana, esta luta ainda irá travar muitas batalhas. Perdemos o direito de gritar, reivindicar e prostestar. Manifestantes são tratados como marginais e vândalos. Policiais espancam aqueles que brigam por um futuro melhor e mais digno, enquanto a justiça "libera" deputados ladrões e corruptos. Enfim, está tudo errado. Mas, sem dúvidas, esse protesto (Jornada pela Educação) abre uma frestinha de luz e renova uma esperança já adormecida. Ora, um movimento que envolve e une as capitais do país num só discurso e prática nos faz lembrar que podemos sim fazer democracia. Como naquele tempo, em que um povo de cara pintada foi às ruas lutar por um Brasil melhor. Se continuamos falando a mesma língua e tendo o mesmo ideal, ainda podemos nos aglomerar e, em uma só voz, gritar por um futuro mais justo. A educação é o primeiro passo.